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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Cala a boca, Silvia, please!

Como sempre, um pouco atrasada para os padrões virtuais, mas, eu tenho o meu tempo mesmo, acostumem-se, rs.
Eu não ia neeem me dar ao trabalho de escrever sobre a tal "jornalista" que se acha escritora. Mas, como eu ando me deparando até hoje com pessoas indignadas com o que ela defecou, ops, digo, escreveu, vou falar também, até porque, é algo que me atinge diretamente, por ser mãe de criança sindrômica, apesar de não ser Down.
De cara, pensamentos como o dela assustam, principalmente quando escritos. Não sei se ela não estudou o suficiente, não sei então se ignorante é a palavra que a descreve melhor, apesar de ter tido essa impressão. Silvia tem a cabeça presa em algum século já passado, isso é fato, já que não notou a evolução que tivemos na luta contra o preconceito, apesar de termos muito chão pela frente ainda. Anões e pessoas com Down causavam estranheza, querida Silvia, pois as pessoas não tinham informações o suficiente para saber que são pessoas tão normais quanto qualquer outra. A única opção dos anões era virar atração de circo. Crianças sindrômicas eram abandonadas e quando não, a longevidade era baixa devido à precariedade da ciência e medicina. Hoje as coisas mudaram. Além de podermos proporcionar longevidade, podemos proporcionar melhor qualidade de vida, através da INFORMAÇÃO. Querida Silvia, disfarçar o estranhamento não é vergonhoso, é educado. Isso pois, o errado é quem estranha, então este deve guardar pra si qualquer estranhamento, sim. Mas, a pessoa precisa ser inteligente a ponto de perceber-se errada né? Quanto às crianças, o que elas tem é curiosidade, vontade de aprender sobre as coisas. Não estranheza. Isso elas adquirem se um adulto lhes ensinar assim. Logo, se uma criança pergunta o por quê da diferença do amigo e, for ensinada da maneira correta, a estranheza não aparece, não. Aliás essa criança vai ganhar um amigo fiel, amoroso e sincero, coisa que tá em falta.
Sobre a parte do desprezo invertido, não fez sentido, então nem consigo comentar. #fiqueiconfusa
O fato de passarmos a usar o termo afrodescendente é apenas um tópico de todo um assunto. Negros ainda são chamados de negros, mas não com este desprezo que você gostaria. Não são porque, sim, muita coisa já mudou em relação ao preconceito contra esses. Mas talvez dê pra entender porque o correto seja dizer afrodescendente: você não chama japonês de amarelo, chama? Chama índio de vermelho? Usa um branco como referência pra algo falando da cor da pele? A palavra 'negro' não é crucificada quando não usada em ofensa. Porém, muitos ainda usam como ofensa, como quem quer dizer que o afrodescendente é subraça, aí já são outros 500, né mesmo? São esses que não devem usar a palavra negro. Mas, tenha certeza que esse quadro já mudou bastante de figura. E não, nem todos querem ser brancos, loiros e de olhos azuis, se você quer, que pena, melhor acreditar em reencarnação.
Sobre adoção... Pessoas que vão pro Sul, muitas vezes adotar crianças que sequer têm as mesmas características dos pais, apenas para poderem escolher os "arianos", bem, mais pra frente elas vão descobrir que adotar não é bem ir à loja de brinquedos comprar uma Barbie. E ainda os que escolhem justamente um negro, também diferente em termos de características físicas, esses vão descobrir que estavam certos quando pensaram que o exterior não interfere no interior e que, fizeram muito bem em dar oportunidade para alguém que, se dependesse de Silvias, ficaria no orfanato até completar idade de ir pra rua. Oportunidade de viver, ser amado e, de amar. Ah, não sei se você sabe, ter um filho com a própria genética não isenta de ter filho feio, vide a sua mãe.
Sobre Michael Jackson, me abstenho, quem conhece a história dele, sabe que foi muito sofrida.

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